Uma advogada do Distrito Federal foi presa durante uma operação desencadeada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal (Ficco-DF), ao longo desta semana. Contratada por criminosos, ela se valia das prerrogativas funcionais para intermediar o repasse de orientações aos presidiários, por meio do chamado “leva e traz”, o que fortalecia uma organização e fomentava delitos como o tráfico de drogas.
A Operação Parlor – do termo “parlatório”, em inglês – resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva expedidos pela 1ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal. A força-tarefa desarticulou uma associação criminosa constituída para o tráfico que atuava principalmente em Ceilândia, bem como em outras regiões administrativas.
Segundo as apurações da FICCO, um dos investigados já foi recentemente sentenciado pela prática de tráfico de drogas e, mesmo interno no sistema prisional do Distrito Federal, repassava ordens aos demais membros do grupo. Nas ocasiões, ele contava com o auxílio da advogada que intermediava o repasse de orientações aos demais alvos e, por consequência, contribuía diretamente para o grave abalo causado a ordem pública.
As apurações decorrem da intitulada “Operação Cravate”, também conduzida pela FICCO e voltada a combater crimes praticados por advogados que facilitavam a comunicação de presos com pessoas em liberdade. Apurou-se que a advogada presa nesta fase, inclusive, permitia a prática de atos de extorsão em desfavor de internos que, eventualmente, possuíam débitos junto traficantes extramuros.