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O médico ortopedista da rede pública de saúde do Distrito Federal Humberto de Carvalho Barbosa (foto em destaque), investigado por atropelar um jovem durante um racha na semana passada, já teve que assinar dois termos de ajustamento de conduta (TAC).
O TAC é usado por órgãos públicos para impedir a continuidade de alguma situação de ilegalidade, reparar o dano e evitar uma ação judicial. No caso, o profissional foi acusado de apresentar um tipo de conduta “inadequada” durante o serviço, segundo registros do Diário Oficial do DF (DODF).
A atitude “errada” de Humberto teria ocorrido na Emergência do Hospital do Guará, onde ele atua como clínico geral, em janeiro de 2020.
No ano seguinte, a Corregedoria da Secretaria de Saúde do DF instaurou dois termos de ajustamento de conduta contra o médico, em outubro e novembro, respectivamente.
Os registros apontam que ele teria “descumprido dever funcional ou decisões administrativas emanadas dos órgãos competentes”. O que ocorreu de fato não foi informado. Procurada, a SES-DF informou que “não comenta processos internos relacionados a servidores”.
A Corregedoria condenou Humberto a uma suspensão, porém a medida foi convertida em multa em novembro de 2023.
A reportagem procurou a defesa do médico, mas não teve retorno. O espaço segue aberto.
Investigadores da 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) deflagraram operação, na manhã desta segunda-feira (26/8), contra o ortopedista. O médico foi flagrado pela equipe de reportagem da coluna Na Mira provocando um grave acidente durante racha clandestino nas proximidades da Papuda, em São Sebastião.
O especialista conduzia uma BMW M6 Gran Coupé, que pode chegar a R$ 500 mil, a cerca de 200 km/h quando atropelou brutalmente um jovem que assistia à competição. A vítima foi arremessada para o ar e caiu sentada no asfalto. O caso ocorreu na última quarta-feira (21/8).
Conforme a coluna apurou, inicialmente, a noite parecia uma típica reunião dos entusiastas acostumados a acompanhar corridas ilegais. O grupo de jovens ficava aficionado pelas chamadas “esticadas” feitas por carros luxuosos na rua mal iluminada. Durante a corrida, a BMW M6 de Barbosa apareceu de forma repentina atingindo a vítima. A cena chocante, no entanto, não interrompeu os racheiros.
Com o barulho do forte impacto e com o carro danificado, o médico parou a poucos metros do acidente. Ao ver o jovem ferido, desnorteado e sem conseguir se levantar, admitiu que era autor do acidente e pediu para que as testemunhas não chamassem socorro, muito menos a polícia. Colocou, então, a vítima no próprio carro e a levou ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).
A reportagem, contudo, não conseguiu localizar o prontuário ou registro de entrada da vítima do acidente de trânsito no hospital
Humberto de Carvalho Barbosa é um nome respeitado na área médica, conhecido por sua atuação como ortopedista tanto na rede pública quanto em clínicas privadas localizadas no Lago Sul.
Tem uma remuneração líquida de R$ 22 mil pela Secretaria de Saúde do DF, segundo o Portal da Transparência. Com outras fontes de renda, Barbosa mantém um estilo de vida luxuoso. Reside no Sudoeste e é proprietário de uma frota de veículos importados, incluindo a BMW M6 Gran Coupé, uma BMW Z4, uma Fiat Toro e uma moto BMW F850.
A reportagem apurou que o comportamento imprudente de Barbosa não é um caso isolado. Em 2006, ele se envolveu em acidente semelhante, mas com desfecho trágico. Naquela ocasião, ele atropelou e matou um homem. A vítima se chamava José Pereira Targino Neto, que morreu na BR-020, em Sobradinho.
Documentos obtidos pela coluna mostram que, após o acidente, Barbosa alegou ter prestado atendimento inicial e acionado o Corpo de Bombeiros. Contudo, o caso foi arquivado sem mais esclarecimentos. Na época, o médico dirigia um Audi.
Nas redes sociais, o perfil de Barbosa contrasta com sua imagem pública de “médico respeitável”. Posts feitos por usuários do Instagram revelam vídeos do ortopedista participando de corridas clandestinas e um estilo de vida excessivo.