A criança de 11 anos que acabou internada após comer uma lagartixa teria sido induzida pela mãe da madrasta a comer o animal. Segundo as investigações da Polícia Civil de Goiás (PCGO), a mulher — que é a atual sogra do pai da criança — disse ao menino que, quando ela era mais nova, comia lagartixa para não passar fome.
O caso ocorreu em Formosa, Entorno do DF, e a criança deu entrada no hospital em 11 de novembro, com grave infecção intestinal. Ela ficou três dias na ala pediátrica, sob tratamento médico.
Até o momento, quatro pessoas foram ouvidas pela polícia. Os depoimentos corroboram que, após a mãe da madrasta do menino dizer que comia lagartixa quando era mais nova, o menino e um amigo caçaram quatro lagartixas e entregaram para a mulher.
Em depoimento à PCGO, a mulher mais velha disse ter limpado os bichos, colocado limão e fritado para as crianças, porém, “sem más intenções”.
Agora, os investigadores da 1ª Delegacia de Polícia de Formosa aguardam os resultados dos exames de perícia para entender se a criança passou mal após da ingestão da lagartixa ou por outro motivo.
A polícia também vai verificar se a sogra do pai da criança agiu com a intenção de intoxicar o menino ou não.
No boletim de ocorrência registrado pela mãe do menino após ele ser internado, a madrasta dele também foi citada por ter sido “negligente”. Caso sejam condenadas, a dupla responderá no âmbito do artigo 132 do Código Penal, que diz respeito a expor a vida ou a saúde de alguém a perigo direto e iminente. A pena chega a 1 ano de prisão se o fato não constituir crime mais grave.
A mãe do pequeno informou que tudo aconteceu durante o fim de semana de 4 e 5 de novembro, data em que a criança ficou na casa do pai. Segundo ela, a madrasta do filho e a atual sogra do ex-marido dela mataram a lagartixa e obrigaram o menor a comer o bicho.
“Elas contaram ao meu filho que tinham o costume de comer lagartixas no passado e que nada aconteceu. Então, mataram uma [lagartixa] e o obrigaram a comer. Isso no domingo (5/11). No dia seguinte, meu menino começou a passar muito mal. Foi aí que ele contou para minha avó o que tinha acontecido. Ele perguntou se ela [avó] já havia comido lagarto e disse que desde que ingeriu um, começou a passar muito mal”, declarou a mãe.
Segundo a mulher, a informação passada pelo filho foi confirmada pelo pai da criança em conversas no WhatsApp. Nos diálogos, o homem contou que não estava no momento em que o caso aconteceu. Ele havia saído e deixado o menino sob cuidados da companheira e da atual sogra.